domingo, abril 25, 2004

Com que estará ele agora a sonhar?...

sábado, abril 24, 2004

Já é de manhã. Cheguei agora a casa. Hoje foi dia de ele ficar com a mãe. Sinto saudades dele.

sexta-feira, abril 23, 2004

Ontem, pela primeira vez, lá me disse o que queria ser quando fosse grande... Quer dizer, o que queria que fosse o seu trabalho... Ele tem quase 4 anos. Portanto eu, ao puxar a conversa, tentei dar-lhe exemplos de profissões. De uma forma muito simplificada, claro. Do género: o pai escreve no computador, a mãe faz desenhos, o padrasto arranja coisas que estão estragadas, etc, etc... Pois, quando lhe perguntei o que ele queria fazer quando fosse grande, estava convencido que ele também ia querer escrever no computador ou, então, fazer desenhos... Não... “Lixo”, diz ele... “Lixo?!?”, pergunto eu já às gargalhadas... “Sim, lixo”, responde-me também a rir... “Quero pegar no lixo da rua e pôr nos sacos do pingo doce”...
Todos os dias, quando está comigo e tem que ir para o infantário, começam da mesma forma: começo a vesti-lo, lentamente. Ele está com os olhos fechados, cheio de sono. Conhecemo-nos muito bem: eu sei que ele tem que ser trazido para a vigília com calma, respeitando o seu próprio tempo... Ele sabe que eu sei isso... Vou falando com ele, lentamente... Ele nada diz... Mas, sinto-o, já está à espera... Aos poucos, vou dizendo algo para que ele se ria... E ele começa a sorrir, ainda com os olhos fechados... Depois, digo mais alguma coisa... E ele sorri mais... Depois, mais palavras ainda... E ele ri... E é assim que acorda... E é assim que o nosso dia começa...
Não consigo, nesses momentos, deixar de pensar que todos os dias deveriam ser estes cinco minutos...